A audiência de conciliação entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac) e a Prefeitura de Rio Branco, ocorrida nesta sexta-feira, 30, na 1ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Acre, terminou sem um acordo. A categoria está em greve há 15 dias na capital.
Durante a audiência, a gestão municipal solicitou prazo até o dia 10 de junho para apresentar um estudo do orçamento que sirva de base para avaliar a viabilidade das reivindicações da categoria. Como condição, porém, pediu a suspensão do movimento grevista. O Sinteac, por sua vez, informou que não pode decidir sem ouvir a base e convocou uma assembleia para a próxima segunda-feira, 3, às 8h, na Secretaria Municipal de Educação (Seme).
“Não podemos tomar uma decisão sem consultar os trabalhadores. A assembleia vai decidir os rumos da greve”, afirmou a presidente do Sinteac, Rosana Nascimento. Segundo ela, o sindicato tem até segunda-feira, às 14 horas, para apresentar ao Tribunal de Justiça uma contestação ao pedido de ilegalidade da greve, feito pela Prefeitura. Após esse prazo, o tribunal deve emitir uma decisão em até cinco dias.
A audiência contou com a presença de Rosana Nascimento e do advogado Júnior Medeiros, representando a categoria, além do prefeito em exercício e secretário municipal de Educação, Alysson Bestene, e do secretário de Articulação Política, Jhonatan Santiago.
A categoria cobra o reajuste do piso do magistério, recomposição salarial dos demais servidores, pagamento de auxílios alimentação e saúde, e o cumprimento da horatividade — período extraclasse garantido por lei. Segundo o Sinteac, 80 das 94 escolas da rede municipal seguem com atividades paralisadas.
Enquanto o ime continua, a Prefeitura afirma que está aberta ao diálogo, mas que qualquer avanço dependerá dos limites da responsabilidade fiscal. Uma comissão técnica foi criada para analisar os dados e apresentar propostas até junho.
Mesmo com a negociação em curso, o movimento continua mobilizado. Na noite desta quinta-feira, 29, trabalhadores realizaram uma vigília em frente à sede da Prefeitura, reforçando o compromisso com a luta por melhores condições de trabalho e valorização da educação pública.