Com uma trajetória marcada por grandes reportagens, pioneirismo e coragem, o terceiro episódio da série documental ‘Gloria’, que celebra o legado deixado por Gloria Maria, mostra um lado a que poucos tiveram o: o dos amores. Pelas filhas, pela vida e pela música. O episódio deste domingo (11), que vai ao ar na Globo após o ‘Fantástico’, reúne depoimentos de amigos, familiares e artistas, que falam sobre a relação da jornalista com a maternidade, a religiosidade e suas maiores paixões.
Em 2009, Gloria descobriu o maior amor de sua vida. Durante um trabalho voluntário em um orfanato em Salvador, na Bahia, a jornalista conheceu as irmãs Maria e Laura. Na Bahia, a produção da série visita o abrigo onde Gloria conheceu as filhas. E amigos revelam como foram os primeiros momentos após a adoção. A série também revela imagens exclusivas de momentos vividos em família e leva, pela primeira vez juntos, o economista e tutor Paulo Mesquita e as meninas até a casa de Búzios, grande paixão de Gloria, construída do jeito que ela sonhava. Na casa, Maria e Laura conhecem memórias inéditas da mãe, como a máquina de escrever da jornalista.
Amiga da jornalista de longa data, Narcisa Tamborindeguy lembra da relação muito próxima e divertida que tinha com Gloria. “Ela sempre me protegeu e eu a protegi. Logo me chamou de Nana. Tinha um jeito único dela, maravilhosa, super bondosa, adorava fazer piada e amava cantar”, conta Narcisa. Gloria era apaixonada por música e fez entrevistas com grandes artistas que se tornaram também seus amigos. A cantora Maria Bethânia relembra entrevistas que a marcaram e fala da amizade entre as duas. “Ficamos amigas logo, muito próximas. Tínhamos uma relação de respeito, iração, reverência. Gloria era uma grande vedete, uma grande estrela. Ela tinha encanto”, afirma.
Na série, o cantor Djavan, amigo e ídolo de Gloria, relembra o momento em que desfilaram juntos na Comissão de Frente da Mangueira, em 1988; descobre a sua música preferida pela jornalista; e revela o carinho e iração que também tinha pela amiga, ao descobrir que ele era uma de suas grandes paixões. Gloria ia a todos os shows do artista. ‘Eu ficava muito alegre quando a via e a considerava uma grande amiga”, revela o cantor.
Gloria era uma mulher de muitas crenças e uma estudiosa das religiões. Acreditava no budismo como filosofia de vida, na intuição, no misticismo, embora fosse católica, batizada e crismada. A avó benzedeira, que tinha um terreiro em casa, foi também quem a levou para ser batizada na igreja. Gloria criou uma forte ligação com a Bahia, tinha a Mãe Stela de Oxóssi como a sua grande orientadora e era filha de Iansã. Ao ouvir sobre as origens religiosas da jornalista, Bethânia, também conhecida como ‘A menina dos olhos de Oyá’, se surpreende e reconhece a relação com a sua história. “A história de Gloria se parece muito com a minha, porque minha avó que fez meu parto. Ela também era benzedeira. Só não tinha casa de candomblé porque era muito católica”, diz.
